radicaltraditionalist

Futilidade na internet

In Cartas dos Leitores on maio 15, 2009 at 7:54 pm

Nome: Alfonso de Andrade Antunes
Idade: 22 anos
Cidade: São Luís – MA
Religião: Católico

Prezado sr. Onofre, gostaria de tirar uma dúvida com o senhor, porque estou muito preocupado com o que vejo na internet nos dias de hoje. Fazendo uma pesquisa para um trabalho da faculdade sobre os meios de comunicação em massa, precisava mostrar como ouve uma revolução do acesso à informação após o advento da internet, e qual não foi a minha surpresa, senhor, ao descobrir que os sites mais acessados estão cheios de futilidades. um deles fala sobre sobrancelhas, isso mesmo, sobrancelhas: http://curiosidadesnanet.wordpress.com/2009/05/08/sobrancelhas/ um outro fala sobre umas fotos nuas na internet de uma mulher chamada Rihanna http://pombosemasa.wordpress.com/2009/05/08/caem-na-rede-fotos-de-rihanna-nua/ que eu nem sei quem é, imagine só o senhor, hoje a gente nem conhece uma pessoa e, quando a conhece, é já nua, e outro mostrava umas fotos terríveis do Ronaldinho numa coisa que parece uma boate gay http://marcellolima.wordpress.com/2009/05/14/o-que-e-isso-ronaldo/ e que eu nem li muito e fechei depressa, orrorizado com o que vi.

Por isso, gostaria de perguntar o sr. porque essas coisas acontecem?? um abraço,

Alfonso

Muito prezado Alfonso Antunes,

Laudetur Iesus Christus!

Hoje em dia, nós vivemos na era da futilidade. Qualquer jogadorzinho que saiba angariar aplausos nos estádios de futebol — estes coliseus modernos — acaba por se tornar “famoso” da noite para o dia. E, como a fama está amiúde associada à depravação moral, o resultado é o que se vê.

Não me espanta que celebridades tenham esses problemas morais graves referentes à sexualidade. Ao contrário, não me surpreenderia se se descobrisse que eles tornaram-se famosos justamente por meio da prática de imoralidades.

Quanto a esta senhora chamada Rihanna, não abri o site que o senhor indicou. Fuja dessas imoralidades. O povo vive hoje tão paganizado e tão erotizado que qualquer um pode se tornar, da noite para o dia, famoso, bastando para isso tirar a roupa. No entanto, do dia para a noite, a fama esvanece-se como fumo e, no dia seguinte, ninguém se lembra mais de quem era o ídolo de ontem. Sic transit gloria mundi, como diziam muito acertadamente os antigos.

O mesmo pode-se dizer das sobrancelhas! Sobrancelhas! Quem poderia se interessar por sobrancelhas? O que explica que um site sobre sobrancelhas, supra-sumo da futilidade moderna, possa ser um dos mais acessados dos dias de hoje? O culto ao fútil que vivemos hoje seria ridículo, se não fosse trágico.

Tudo isso aconteceu depois do Vaticano II. Na década de 40, p.ex., seria impensável que uma mulher nua estivesse ao alcance de qualquer um na internet, ou que as pessoas perdessem tempo discutindo sobre sobrancelhas. No entanto, o Concílio Vaticano II, num documento sobre os meios de comunicação social — a triste Inter Mirifica — foi quem propiciou esta proliferação de futilidades e imoralidades que estamos vendo hoje.

No seu número 11, este documento ensina que a “obrigação moral incumbe, quanto ao bom uso dos meios de comunicação social, aos jornalistas, escritores, actores, produtores, realizadores, exibidores, distribuidores, empresários e vendedores, críticos e, além destes, a todos quantos intervêm na realização e difusão das comunicações”. Ou seja: não é mais à Igreja, mestra em Moral, que incumbe ensinar o que deve ser publicado e o que não deve. É aos jornalistas, aos actores, aos exibidores, aos vendedores, e a tantos outros “ores” que tantas dores causam ao Sagrado Coração de Jesus. E, no número seguinte, ainda diz que a autoridade civil “não restringe, de modo algum, a liberdade dos indivíduos ou das associações”! Não há maior loucura do que a liberdade do erro. Estando a moral, portanto, nas mãos de tantas pessoas profanas, e estando as autoridades convidadas — pastoralmente — a não restringirem a liberdade deles, poderíamos esperar alguma coisa diferente?

Recomendo ao senhor que reze bastante em desagravo ao Sagrado Coração de Jesus, e se afaste dessa — tão bem chamada! — infernet.

Abraços,

in vera fide,

Onofre Feliciano

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